segunda-feira, dezembro 05, 2005

Brasileiro sofre! iPod rules!

Meu ZEN Micro (doravante ZEN MICO) móórreu sem razão aparente.
Abaixo, acompanhe a via crucis, os espantos e o arrependimento de ter optado por esse aparelhinho que é até legal, mas tem essa porcaria de atendimento pós-venda. Descobri tarde demais que a Creative caga e anda pros seus (EX)clientes.
E viva a Apple!


Breve resumo:

Creative - [Correspondência 1 – Site]:
Detailed Problem Description:

Olá amigos,

Eu ganhei meu ZEN Micro no meu aniversário em Junho, não sei precisar a data da compra, mas sei que foi comprado no exterior. É uma edição limitada que veio com uma bateria extra, cabo USB e carregador de parede, além de belt clip e cradle com suporte pra ficar em pé. De uma hora pra outra o touchpad parou de funcionar, eu não consigo mais dar nenhum comando, ele troca com o PC, toca no PC, mas o aparelho mesmo só liga e pra desligar tenho que tirar a bateria, nenhum dos controles funciona.

Eu gostaria de saber onde fica a assistência técnica da Creative no Rio de Janeiro e se aparelhos comprados no exterior estão cobertos pela garantia.
Quando ganhei eu fiz o registro online do produto.Agradeço antecipadamente qualquer ajuda, eu sou músico, cantor e compositor do ZERØ e o vosso produto é uma importante ferramenta de trabalho para mim, adoraria tê-lo em perfeito funcionamento o mais rápido possível.

Abraços,
Guilherme Isnard

Creative America - Michele - [Resposta 1 - e-mail]
-----Mensagem Original-----
De: "Creative Americas Customer Support"
Para: "Guilherme Isnard"
Enviada em: terça-feira, 15 de novembro de 2005 14:28
Assunto: Re: CLI - Technical Support Request (KMM8127569I16636L0KM)

Ola Guilherme,

Sim, aparelhos comprados no exterior estao cobertos pela garantia.
O Zen Micro tem gatantia de 90 dias de mao de obra e 12 meses de peças válida a partir da data de compra.

Seria possível resolver o problema do seu MP3 através desse serviço de e-mail?
A assistência técnica da Creative fica na cidade de Stillwater, nos Estados Unidos. Não existe uma assistência técnica da Creative no Brasil. (Eu juro que acreditava que uma lei obrigava aos importados o fornecimento de assistência técnica no país)

Você já tentou entrar no "recovery mode" do seu Zen Micro?
Para entrar na "recovery mode" siga as seguintes instruções:
1-Desligue seu Zen Micro.
2-Tire a bateria.
3-Pressione o botão Ligue/Desligue e com o botão pressionado, coloque abateria novamente e espera alguns segundos ate a tela do "recoverymode" aparecer.

A tela com as opçoes a seguir devem aparecer:
1. Clean Up (esta opção da' um olhada no HDD)
2. Format All (Esta opção limpa completamente qualquer coisa que baixou)
3. Reload OS (Nao escolher esta opção a menos que tiver um firmwaredisponível para baixar)
4. Reboot (Reinicie seu Nomad Jukebox Zen)
Escolha a opção 1 e 4.

Aguardamos seu retorno.
Michele(15582)

Eu - [Réplica 1]
Original Message Follows:------------------------

Obrigado pelo retorno Michele. =)


Infelizmente parece que meu ZEN está com um problema de hardware, eu entro no recovery mode e não consigo navegar pelo menu, parece que o touchpad deu pane, ele não responde a nenhum comando e eu só consigo ouvir com ele plugado no PC porque aí os comandos de play, saltar faixa e volume estão disponíveis no Creative Media Center.


Estou indo a SP (onde parece que está a única autorizada da Creative) nesse sábado e devo ficar até a terça-feira, você acha que existe a possibilidade de ter meu problema apreciado pelo departamento técnico deles em um dia?


Muito grato pela atenção!
Guilherme Isnard

Creative America - Fábio - [Resposta 2]
-----Mensagem Original-----
De: "Creative Americas Customer Support"
Para: "Guilherme Isnard"
Assunto: Re: CLI - Technical Support Request (KMM8146049I16636L0KM)


Ola Guilherme.


Muito obrigado pelo retorno.
Eu tenho o LP Carne Humana.

Tem muito tempo que não escuto, mas este é um dos melhores LP que tenho, Quimeras é a melhor.

Guilherme, a assistência técnica da Creative está em Stillwater, Estados Unidos. Caso for possivel, sugiro a troca do produto na loja onde o mesmo foi comprado. Caso isto não seja possivel, podemos criar uma RMA (Return Merchandise Authorization). Se for dentro do prazo de garantia os unicos custos serão apenas o frete de envio (para os EUA) e retornos (dos EUA). O custo do frete depende em o peso do produto. Se produto não estiver na garantia, o custo da manutenção dependera do componente que será consertado mais uma taxa de US$24.95.Conforme a maneira que voce envie o seu produto, voce poderá ter que pagar os impostos alfandegários. (Que no governo dessa bosta de PT é de 100% pra qualquer coisa, independentemente do uso. Livro, material de ensino ou trabalho como é o meu caso tudo paga 100% de imposto sobre o preço original. Enquanto isso eles se refastelam no caixa dois!)

Se quiser proceder com o RMA e mandar o produto para a Creative, precisamos saber:
- Nome Completo
- Numero serial do produto.
- Numero e Nome do produto.
- Capacidade de armazenamento (caso seja aplicavel).
- Endereço completo inclusive cidade, estado e CEP.
- Telefone com DDD.
- Cópia nota fiscal da compra.
- Cor do aparelho (caso seja aplicavel).

O sr. deve ainda enviar uma copia da nota fiscal de compra do produto. O custo do frete para envio e retorno do produto é de responsabilidade do cliente.

Se estiver procurando uma soluçao local, talvez a BRASTEC ou MULTISERV possam te ajudar, devo salientar que estas empresas NAO são autorizadas pela Creative(!!!!), e caso ela abra o produto, a garantia estará terminada (????).

Telefone:
BRASTEC: (11) 5531-4808 - 5543-1938 - 5533-7671 - 5536-0400
MULTISERV: (11) 4071-5382

Se tiver um amigo nos EUA, ficaría muito mais barato para mandar o produto para ele em vez de mandá-lo para o sr. no Brasil. Se gostaria de mandar para ele, vamos precisar saber o endereço, numero de telefone, e nome dele.

Aguardo a sua decisão
Atenciosamente
Fabio(15569)

Eu - [Réplica 2]

Original Message Follows:------------------------

Salve Fábio,


Bom saber que vc gosta tanto do meu trabalho, fico muito feliz e me desculpo por tentar me aproveitar disso abusando da sua paciência e gentileza.

Levando em consideração que eu sou um usuário distinto, formador de opinião (você não faz idéia de quantas pessoas eu convenci a desistir do iPod pelo ZEN) e preciso dele para o meu trabalho que é fazer música, será que não teriamos como resolver isso de outra forma? (Que feio, normalmente eu não ajo assim, mas como o cara revelou-se meu fã, a gente tenta de tudo né?)

O que eu gostaria de saber, tendo em vista que esse processo que você me descreveu me pareceu demasiado longo, complicado e principalmente oneroso, é se eu não poderia simplesmente trocar o meu ZEN em algum revendedor autorizado mediante uma intervenção de vocês.

Detestaria, tão contente que fiquei com o produto enquanto ele funcionava, de ter de passar a falar mal dele por conta do atendimento pós-venda, veja bem, não me leve a mal, mas com a quantidade de aparelhos que vcs estão vendendo e que ainda vão vender num mercado do tamanho do brasileiro, não ter uma assistência técnica para efeito de garantia é no mínimo absurdo (E, ao que me consta, ilegal!).

Eu vou aguardar uma resposta da empresa, na esperança de conseguir resolver meu problema de uma forma satisfatória, caso não consiga, vou ter de abrir mão, muito a contragosto da minha garantia e tentar reparar o meu aparelho na Brastec ou na outra que você me indicou, mas fique certo que a divulgação vai passar a ser muito negativa.

Eu agradeço a sua consideração, tenho consciência de que esse é um assunto que provavelmente não está sob a sua responsabilidade mas fico feliz de poder contar contigo. Estamos terminando um novo CD, o primeiro de inéditas em 15 anos. Quando ficar pronto te mando uma cópia.

Se quiser nos fazer uma visita, seja bem-vindo em http://www.bandazero.com/

Forte abraço,
Guilherme isnard

Creative America - Michele - [Resposta 3]
Original Message Follows:------------------------

Ola Guilherme,
Muito obrigada pelo detalhado e-mail.


Conversei com nosso supervisor e como voce utiliza esse aparelho para fins profissionais, ele autorizou fazermos um "Advanced Replacement" para o seu Zen Micro. Esse processo funciona da seguinte forma:

Nos enviaremos um novo Zen Micro para voce e quando receber o seu novo Zen Micro voce devolveria o seu. Antes de enviarmos o novo Zen Micro para voce, seria preciso creditarmos o valor do Zen Micro mais o frete de volta para o Brasil no seu cartao de credito. Quando recebermos o usado, nos creditaremos o valor no seu cartao de credito. Devo salientar que a Creative nao e' responsavel por taxas alfandegarias (100% do valor do produto, ou seja, pra reposição "gratuita" do produto eu tenho que pagar o preço de outro+o frete).

Aguardamos sua decisao,
Atenciosamente,
Michele(15582)


B4B - Distribuidor Creative no Brasil - [e-mail 1]
-----Mensagem Original-----
De: Guilherme Isnard
Para: Ombudswoman@b4b.com.br
Enviada em: quinta-feira, 1 de dezembro de 2005 19:31
Assunto: Fale Conosco - Ombudswoman - Creative ZEN Micro

Olá,
Meu nome é Guilherme Isnard, sou cantor e compositor da banda ZERØ.


Gostaria de congratulá-la pela função de Ombudswoman e de desculpar-me antecipadamente se a questão não for procedente ou se o canal não for apropriado. É que a essa altura estou apelando para Deus e o mundo.

Escrevi para o SAC da Creative América e recebi algumas respostas que transcrevo abaixo ao final do e-mail.

Nelas fui informado que a minha garantia é válida para o mundo todo, mas que a assistência técnica só existe nos USA.

Que posso procurar oficinas credenciadas em São Paulo, mas que se proceder ao reparo em alguma delas perco a garantia.

E por último, que eles me enviariam um novo aparelho, mas que as despesas de taxas de importação (100% do valor do produto) e correio correm por minha conta.

Isso tudo me pareceu muito estranho:
1) Uma garantia worldwide que não tem assistência técnica local.
2) Um serviço autorizado que cancela a minha garantia.
3) Uma solução em que ganho um aparelho novo pagando 100% do seu valor em taxas mais o frete intercontinental

Estive numa "autorizada" indicada pela Creative em SP e o técnico me informou que um eletro-diagnóstico apontou "defeito no microchip controlador do painel de frontal" e me passou o custo estimado da substituição do mesmo. De posse dessa informação liguei parar a outra "autorizada", também indicada por eles, onde fui informado de que não é possível a troca desse microchip, somente a troca da placa inteira, o que me levou a suspeitar de que possivelmente estaria sendo "enrolado" por algum dos dois. Nesse caso, o que fazer?

Entendo que a vossa empresa não trabalha com o varejo, mas acredito que o descrédito do consumidor prejudica a imagem do produto, que vocês representam no mercado, como um todo.

Eu era um entusiasmado divulgador do ZEN contra o iPod, estou me vendo obrigado a mudar de posição face ao aparentemente insolúvel problema.

Perdoe-me por tomar seu tempo dessa forma,
Grato por ler meu desabafo até aqui e sua pela atenção na solução do meu caso,
No aguardo de sua resposta,
Guilherme Isnard

terça-feira, outubro 04, 2005

PELO SER COMUM - por Guilherme Isnard

Pelo medo da insegurança, a representação falseada de uma aparência admirável. E aí percebemos, muitas vezes já desnorteados, que tudo pode ficar mais fácil sendo verdadeiramente o que se é.

"... Ele via rostos em filmes, na TV, em revistas e em livros / Ele pensou que algum destes rostos pudesse ser o certo para ele / E através dos anos manteve uma estrutura facial ideal fixa em sua mente / Ou em algum lugar do seu subconsciente / Ele conseguiu, pela força do desejo / Fazer com que seu rosto se aproximasse deste ideal / Ele imaginava que essa era uma habilidade partilhada com várias outras pessoas / Elas também teriam moldado suas faces de acordo com algum ideal / Elas talvez tenham imaginado que suas novas faces / Casariam melhor com as suas personalidades / Ou talvez tenham imaginado que suas personalidades / Forçosamente mudariam para se adaptar à nova aparência / É por isso que as primeiras impressões são quase sempre corretas / Ainda assim, algumas pessoas podem ter cometido erros / Elas talvez tenham chegado a uma aparência que não esteja relacionada com elas / Elas talvez tenham se apegado a uma aparência ideal / Baseadas em algum desejo infantil ou impulso momentâneo / Algumas chegaram até o meio do caminho e então mudaram de idéia / Ele se perguntava se não teria cometido o mesmo erro..."

Esta é “Seen and not seen” (Visto e Não Visto), uma canção do ex-Talking Heads David Byrne, que consta do álbum “Remain in Light” de 1980. Foi ouvindo esta canção há 25 anos que realizei pela primeira vez o ridículo da situação de pretender moldar-me de modo a adequar-me a ideais estéticos e sociais completamente estranhos à minha verdade interior.

Você também já se sentiu assim? Já se flagrou adaptando sua aparência e comportamento às expectativas do seu meio? Aposto que sim. Mas, não se alarme, flexibilidade é condição sine qua non de sobrevivência na selva cínica. Basta ter a consciência de que se está representando este ou aquele papel e cuidar para que a personagem não assuma as rédeas de sua existência. Não que cometamos todos os excessos de um Zelig, mas as vezes é quase impossível resistir a camaleonices.

Na verdade, poucos espíritos podem se dar ao luxo de, deitados no divã de análise, confessarem-se satisfeitos com o equipamento que a genética lhes sorteou. O que se vê por aí mais comumente é a total insatisfação: franzinos sonhando com bíceps, morenas virando loiras, cabelos lisos sendo encrespados e crespos sendo alisados. Enfim, cada um tentando, com os meios ao seu alcance, melhorar o que Deus lhe deu.

As modernas técnicas de cirurgia plástica realizam verdadeiros milagres de recuperação social: Aquela madame que teve os seios irremediavelmente arruinados pela gravidez sente-se a própria fênix ao poder exibir novamente generosos decotes; o rapaz que tem um nariz de tucano como herança étnica despe anos de obsessivos complexos em duas horas de cirurgia. As próteses de silicone tanto moldam novos queixos e bustos como revitalizam virilidades desenganadas. Já a lipoaspiração acaba com os problemas de sobra ou ausência localizada de gordura, permitindo assim novos prazeres a antigos portadores de inarredáveis pneus, culotes e queixos duplos.

Como acabamos de ver, os descontentamentos com a própria aparência são, na maioria das vezes, contornáveis. Se dinheiro não for problema, é claro. Mas e a personalidade? Aonde se implanta charme? Qual a prescrição médica que assegura uma simpatia cativante? Qual pronto-socorro psíquico vende, ainda que no câmbio negro, brilho intelectual e autoconfiança? Todos estes produtos, mesmo sendo cotados como de primeira necessidade social, infelizmente não são encontráveis no mercado.

Uma coisa é o que você pensa que é, outra o que você pensa que os outros acham que você é. Dessa dicotomia nasce o que você pensa que deve/gostaria de ser.

Vi outro dia "The Power", um filme em vídeo com o Richard Gere no papel principal. Ele representava um especialista em imagens de políticos. Colocava a serviço destes todo o arsenal tecnológico midiático, transformando azarões em incontestes vencedores. Até que, decepcionado com a máquina de manipulação criada por ele próprio, resolveu abrir o jogo com um candidato que já tinha sido devidamente embrulhado para os eleitores, incitando-o, contra todas as regras anteriores, a ser simplesmente autêntico, um ser comum.

O desempenho magnífico deste candidato liquidou os interesses escusos de outros aspirantes ao senado americano. No seu pronunciamento, o candidato disse que essa era uma vitória da verdade, do ser comum sobre os "média wizards" (mágicos da mídia). Ele venceu porque finalmente pode oferecer a si próprio.

Lindo né? Mas nem sempre é assim. Na próxima vez que sair a noite experimente reparar o quanto as verdades pessoais se ocultam atrás de personas. Ta certo que "... A vida é um palco iluminado...” etc. Mas será que é mesmo necessário representar sempre? Será que só podemos ser nós mesmos no aconchego do lar? É mesmo tão difícil assim ser autêntico socialmente?

Parece que está na hora de deixar as certezas interiores ignorarem os signos exteriores, porque o aperfeiçoamento da capacidade de adaptação transforma os indivíduos em não-pessoas. Quanto melhor eles jogam esse jogo, mais deixam de existir como instinto de vida original - A morte pela especialização.

É bem possível que exista um equilíbrio entre o ator que todos somos e aquilo em que realmente acreditamos. É preciso conciliar os princípios pessoais com seu personagem social ou então cair inapelavelmente no ridículo. Ta certo que a criança encapetada faça cara de anjinho pra ganhar o que quer. O que ela não pode é continuar assim a vida toda.

Então chega de fingir orgasmos, falsear relações e camuflar sentimentos. Mesmo porque é muito fácil supor frágeis e tímidos espíritos atrás de inexpugnáveis e aparentemente determinadas personalidades., assim como reconhecer corações sensíveis e românticos sob atitudes donjuanescas e sedutoramente fatais. A melhor defesa é o ataque. Melhor que não fosse mais.

"...Não se esconda atrás de máscaras pra tentar se proteger / As verdadeiras intenções todos sempre vão saber..." (“Os Olhos Falam” - ZERØ - 1985).

A moral da estória é: na carne dá pra se dar um jeitinho, mas com a sua cabeça é melhor você se acostumar, é ela que vai lhe acompanhar, por mais que você insista em perdê-la, até o fim da sua vidinha.

Eu sinto muito por isso. Ou não.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Guilherme Isnard no SUPERPOP

Nessa sexta que passou, encontrei mais uma vez o amigo Paulo Ricardo. Dessa vez no programa Superpop da também amiga Luciana Gimenez. Foi muito legal! Fui super e calorosamente bem recebido pelo Rafael e a Rafaela (da produção) no frio de Campos de Jordão/SP. Eu preferiria ter cantado ao vivo, mas o PR.5 não sabia tocar a minha música então enfrentamos o playback.

Após um excelente jantar no restaurante Lenz Gourmet (eu recomendo a visita) fomos para o cenário da gravação. Quando lá chegamos, eu e a nossa produtora Erika Freddo, fomos surpreendidos pela fascinante e improvável visão de mulheres seminuas naquela temperatura glacial. Que sacrifício... Meus respeitos as modelos que desfilaram biquínis no inverno da serra paulista. É bem verdade que a coisa esquentou com o Paulo cantando os seus maiores sucessos enquanto eu esperava nos bastidores a minha hora.

Fui precedido pelo depoimento do crítico Régis Tadeu que começou a falar mal de tudo dos anos 80. Eu fiquei só esperando ele meter o pau no ZERØ e foi grande a alegria quando ele elogiou a nossa banda como uma das melhores coisas da década. Muito grato Régis!

Daí a Luciana e o Paulo me chamaram pra cantar Agora Eu Sei, que foi o máximo. Depois ainda fiquei fazendo uns backings em algumas músicas do RPM até a Lu me convidar pra cantar Formosa. Eu fiquei muito feliz com seu carinho após tantos anos sem nos vermos.

Por enquanto é isso, logo eu peço ao santo Stefan pra uploadear uns inserts dessa apresentação pro site e quem perdeu vai poder conferir.

terça-feira, julho 26, 2005

JUSTIÇA BRASILEIRA x VÍTIMA - Em tempos de Mensalão.

Hoje de manhã eu fui surpreendido por uma ligação com ID “privado” no meu celular. Atendi e era um oficial de justiça dizendo que estava com um camburão do C.O.R.E. e quatro policiais (eu devo mesmo ser um “elemento” de altíssima importância e periculosidade) na porta da minha casa pra me “pegar”. :/ Imaginem o alvoroço e excitação dos vizinhos fofoqueiros do “roqueiro”...

Eu explico: Há pouco mais de dois meses estava no carro de uma amiga de São Paulo estacionado em frente ao Parque dos Patins na lagoa Rodrigo de Feitas/RJ quando fomos rendidos por dois assaltantes armado que levaram o carro dela com tudo dentro, malas, bolsa, etc... Felizmente não nos levaram.

Excepcionalmente a polícia foi eficientíssima e depois de nos envolvermos numa formidável e cinematográfica perseguição aos ladrões pelas avenidas cariocas, fomos capazes de recuperar tudo. Eu fiquei com a amiga até as 06:00 da manhã (01:30 foi a hora do assalto) numa delegacia do Jóquei prestando queixa da ocorrência. É desnecessário acrescentar que devido ao pânico inerente à situação eu só vi de relance o rosto que bateu com o revolver na minha janela, depois disso fiz o possível pra deixar bem claro pros bandidos que estava ostensivamente desviando o olhar deles até eles irem embora com o produto do roubo. Depois disso só vi três homens rendidos, deitados na rua, com a cabeça virada pro chão. Na delegacia os identifiquei pelo que eu lembrava da cor da roupa deles enquanto fugiam. Tudo isso pra dizer que se eu não fazia idéia de quem eram os ladrões no dia do assalto, imagina dois meses depois????

Ainda assim fui intimado a depor.

Com MEDO de futuras represálias eu dei um endereço errado na delegacia, porque vocês sabem né? Os caras pegam o processo, vêem o teu endereço e começam a te achacar e a tua família. Por isso a minha surpresa foi grande quando o oficial de justiça me ligou em casa. Ou seja, pra investigar a vítima eles são muito bons, em um dia o poder público descobriu meu endereço, telefone residencial e celular, minha profissão – o oficial disse que se não me “pegasse em casa” me “pegaria” no trabalho, em algum show do grupo ZERØ, e que se eu não “cooperasse com a justiça”, o meu real endereço e telefone passariam a fazer parte do processo. Eu fui ameaçado e chantageado pela “Justiça” e não consigo entender porque não são tão eficientes na investigação de crimes e criminosos. Quer dizer consigo sim. ;) Eles revidam.

Resultado, coagido pela demonstração de força e diligência do poder judiciário para com os inocentes eu me submeti ao tal depoimento às 14h de hoje no Fórum Central/RJ, mesmo sendo apenas um passageiro no carro da real vítima. Obviamente, dois meses e tanto depois, não consegui reconhecer ninguém de forma satisfatória, minha participação se resumiu a repetir desnecessariamente o que eu já havia dito no boletim de ocorrência na delegacia e nada mais, ainda assim tive que passar pelo dissabor e constrangimento de ter a minha identidade revelada aos parentes e advogados dos facínoras sabe-se lá com qual repercussão.

As minhas garantias? Nenhumas.

A minha conclusão é a seguinte, a vida do cidadão honesto não vale nada nesse país! O estado que deveria garantir a minha segurança me humilha e expõe a sanha dos criminosos como se eu fosse o seu carrasco e isso é feito para desestimular futuras denúncias e diminuir as estatísticas da violência que são conseqüência direta, no melhor estilo “se eles roubam eu também posso roubar”, do exemplo vindo dos nossos governantes.Pois eles conseguiram, eu não denuncio um crime nunca mais na minha vida.

Parabéns Brasil!

quinta-feira, março 24, 2005

Quer teclar?

Guilherme Isnard - publicado na Tribuna da Imprensa em 15/05/2005

"De onde tecla? Eu te conheço? Onde me achou?"
Essas abordagens secas, perguntas e suas conseqüentes respostas, são os inequívocos sinais de que novos tempos se instalaram. Desde os tempos imemoriais das redes heróicas de BBS e dos Ircs que um novo estilo de relacionamento se configura. Os avanços dos serviços de mensagens virtuais em tempo real, com o aporte dos recursos iconográficos, web câmeras, conversa de voz e chat por telefonia móvel, revolucionaram completamente a maneira como as pessoas se conhecem, conversam, discutem, paqueram, namoram, transam e - por que não? - se casam.

Há quem se espante que relações reais vinguem no ambiente virtual, mas os pontos favoráveis são inúmeros e vão da segurança até a questão econômica.

Com o pânico instalado por conta da violência urbana e o medo de sair à noite, muitos preferem o aconchego e o conforto do lar para incrementar a sua vida social. Por isso os sites de redes de "relacionamento" estão tão na moda. São a versão "The Sims" de um mundo ideal, com comunidades e grupos de discussão.

Funcionam como os bares e boates do mundo real. As pessoas se exibem, se "encontram", trocam endereços de e-mails em lugar dos telefones e partem para o papo no Messenger. Ou seja, nada de jantares, cinemas e teatros. Paquerar ficou muito mais em conta, só se paga provedor de internet e/ou pulso telefônico.

O que escandaliza quem está off-line é a aparente superficialidade dessas relações e o perigo potencial que elas encerram. Afinal, nunca se sabe ao certo quem está do lado de lá do monitor. O que os críticos não se dão conta é que a virtualidade promove uma aproximação de um tipo todo especial.

Lá as pessoas encontram afinidades, simpatizam e se apaixonam por conteúdos, em contraponto a uma realidade em que as relações são promovidas e pautadas pelas aparências. Isso aproxima idéias e corações sem as limitações que os nossos critérios estéticos têm o mau hábito de determinar. A partir daí, no imponderável, a mágica às vezes acontece.

No quesito segurança, observem-se ali todas as salvaguardas naturais de quando lidamos com o desconhecido. Prudência, cautela e canja de galinha não fazem mal, não é só na virtualidade que corremos o risco de encontrar canalhas, psicóticos, desonestos, drogados, perversos e farsantes, eles são os componentes indesejáveis de qualquer extrato social, portanto fiquem espertos: salto no escuro só com os olhos bem abertos e pára-quedas reserva.

A internet já me proporcionou surpresas incríveis. Namoros e amizades, trabalho e oportunidades que não sei se seriam viáveis no mundo real onde somos tão preconceituosos.

Real? Virtual? Virtual? Real? Quer saber?
Não importa o meio e sim o uso que se faz dele.

domingo, janeiro 09, 2005

Pra quem estiver no Orkut e quiser ajudar é só clicar aqui.

CONCERTO PARA SRI LANKA - UMA ONDA DE SOLIDARIEDADE!

O nosso grande desejo é que aconteça um Rock'n Rio extraordinário de apoio as vítimas. Enquanto isso...

Inspirados em outras ações semelhantes, notadamente a do saudoso Beatle George Harisson em "Concert for Bangladesh", convocamos os amigos músicos, artistas, produtores culturais e patrocinadores a nos ajudarem a erguer um evento beneficente semelhante.

Contribuindo no socorro a tantos necessitados estaremos honrando a tradição humanitária do povo brasileiro.

Aguardamos adesões, sugestões e principalmente, contribuições.
Sejam bem-vindos!

Deu no Terra.com.br

Evandro Mesquita, Pato Fu, Clemente (Inocentes) e a banda Zero são alguns dos nomes que já aceitaram participar do Concerto para Sri Lanka, Uma Onda de Solidariedade, projeto do vocalista Guilherme Isnard para ajudar os sobreviventes do maremoto na Ásia. Também já confirmaram presença Willie Oliveira (Radio Taxi), do Pierre Aderne e Dadi, baixista da Cor do Som.
"Não sou médico para ajudar com as epidemias que estão surgindo nem sou engenheiro para ajudar a reconstruir as áreas afetadas. Sou um cantor, e a única coisa que posso colocar a serviço dos sobreviventes é a minha voz e a minha música. Foi aí que eu me lembrei do concerto para Bangladesh, Live Aid e outros projetos semelhantes e atinei que podíamos fazer uma coisa neste estilo aqui no Brasil", disse o cantor e vocalista da Zero.
Isnard conta ainda que usou a Web para expor sua idéia e convocar voluntários. "Já somos mais de 90, nas mais diversas áreas: de webdesigners a produtores musicais, de roadies a assessores de imprensa", explica.
O grupo ainda está articulando o projeto, mas, a príncipio, o show seria realizado em Belo Horizonte, São Paulo ou Rio de Janeiro.
A idéia é também gravar uma música nos mesmos moldes da famosa We Are the World, que terá seus direitos de execução revertidos para os sobreviventes no Sri Lanka. "O tema abordará o poder da força construtiva das ondas de amor, humanitarismo e solidariedade em contraponto às ondas de destruição", finalizou.