segunda-feira, outubro 09, 2006

ZERØ na DYNAMITE - FLYER CWB por Heryk Correia

Heryk Correia, colaborador da Dynamite.com, entrevistou- me pra sua coluna Flyer CWB.
Eu, que sempre desconfio de entrevistas (na grande maioria das vezes o que você diz não tem a menor importância, eles já tem o que vão dizer preconcebido, te entrevistam por mera formalidade e publicam o que querem, mesmo que seja exatamente o contrário do que você falou), tiro o meu chapéu pro Heryk. Vale a visita, a entrevista (reproduzo alguns trechos abaixo) está bacanérrima. Tá tudinho ali, sem tirar nem por!

Valeu queridão! Parabéns! Somos muito gratos pelo espaço!

..."A gente faz rock, rock é marginal, contra-cultural, a gente tem algo a dizer e isso é a semente de uma banda de rock, senão eu iria cantar nos Rebeldes. Aliás, rock não é atitude, nome e aparência de rebelado, é conteúdo contra-cultural e transgressor. O rock ameaça, não compactua. Quando o rock faz sucesso eu desconfio dele! Tem algo errado. Graças a Deus as coisas voltaram aos seus devidos lugares: os bonecos na mídia e os guerrilheiros nas trincheiras!"...

...“Na verdade não me considero um cantor e sim um bardo, o que eu digo é muito mais importante que a minha voz ou minhas melodias, a minha verdadeira ferramenta é a palavra, e a música, de onde deriva a palavra "musa" que é utilizada pra simbolizar a inspiração, é a mais sublime das artes, justamente pela propriedade de não exigir uma ação do apreciador. Qualquer outra arte exige um movimento, uma atitude, você tem que ir de encontro a ela. A música não, ela é a "penetra" dos seus sentidos, tem música no elevador, no supermercado, na sala de espera, no sinal de trânsito, no rádio do vizinho. É por isso que eu escrevo letras em vez de livros, faço questão de que as minhas mensagens penetrem a alma por caminhos insidiosos.”...
E por aí vai, confiram as minhas respostas pras excelentes perguntas do Heryk em: http://www.dynamite.com.br na coluna FLYER CWB.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Carta aberta ao eleitor.

Pois muito bem, por enquanto parece que escapamos de um segundo mandato Lula. Ufa! Mas eu me pergunto: Seria o Alckmin diferente?

Por que eu fico com a impressão de que trocaremos seis por meia dúzia? A resposta grita: Simplesmente porque os dois são os piores candidatos.

E fácil entender que num universo de péssimos eleitores os piores candidatos disputem o segundo turno. O que é complicado é aceitar porque não ficou claro pra quem assistiu ao debate da Globo que além de sonso, mentiroso, alienado, nepotista, preguiçoso e ignorante arrogante, o candidato ausente é um covarde, enquanto o outro repete uma fórmula insossa de bom-mocismo de proveta, com calma, fleuma e ponderação estudada e praticada à exaustão com seus adestradores de chuchu.


Fiz a ressalva da arrogância da ignorância do candidato fujão, porque a ignorância não é defeito, enquanto o orgulho dela é! E não bastasse a soberba do estúpido, ainda temos que lidar com mais esse seu péssimo exemplo num país tão carente de algum que se salve.

Enquanto as pessoas não lembrarem em quem votaram, não cobrarem as promessas de campanha dos candidatos eleitos e não protestarem contra a baderna política que é o troca-troca de siglas e o leilão de mandatos, a valsa não muda. Só trocam os casais.

Pra exemplificar a diferença que um cidadão consciente faz, é a maior democracia do mundo ocidental que apresenta o paradoxo dos maiores índices de abstenção. O cidadão norte americano não se interessa por quem é o vereador, prefeito, deputado, senador ou presidente porque ele sabe que se algum deles pisar na bola, a opinião pública parte pra cima. E esse é o “quarto” poder nos Estados Unidos da América.

Será que a fantástica audiência do debate não percebeu que só dois daqueles candidatos respondiam com propriedade e objetividade as questões apresentadas? Que apenas dois deles exibiam um brilho patriótico no olhar? Que aquela mulher e aquele senhor eram os únicos imbuídos do entusiasmo renovador, esperançoso e transformador que esse país tanto precisa? Não, aparentemente não.

Uns optaram pelo voto (in)útil, já que o candidato Walkman apresentava melhor condição nas pesquisas. Outros optaram pelo voto imbecil mesmo. Eu explico a imbecilidade, minha inclusive.


Eu também já cometi essa asneira, votei nesse digitalmente prejudicado (em outros tempos menos(?) corretos politicamente seria um dedeta). Em algum momento eleitoral do passado, esqueci-me momentaneamente de que a primeira coisa que a esquerda faz quando chega ao poder é bloquear todos os caminhos democráticos que permitiram que ela chegasse lá e o que é pior, repete com muito mais apetite e ganância todas as fórmulas canhestras que combatia na oposição, aliando-se a toda sorte de bandidos e quadrilhas que antigamente denunciava e combatia, desde que sejam úteis ao seu projeto de manutenção do poder.

Depois desse festival de quatro anos de desmandos, roubalheira, corrupção, autoritarismo, alcovitagem, promiscuidade e concupiscência, votar outra vez nesse cara é imbecilidade pura. Ninguém pode fingir que não viu o que ele contou de mentiras. Que acreditou quando ele disse que não tinha nada a ver com isso. Que engoliu quando ele afirmou que não sabia de nada, não viu nada. Eu votei em alguém que julguei capaz de comandar os destinos do país, não em três chimpanzés de prateleira.

Os petistas talvez, mas não deveriam ser eles os mais descrentes e insatisfeitos? Afinal o ex-sindicalista jogou toda a culpa da lama em cima dos seus principais companheiros de sigla. “Quem é ladrão e corrupto não sou eu, é só a cúpula do PT. Afastei todos (mas não despediu ninguém), eu sou limpo, puro e imaculado. Eu não sabia de nadica de nada nem vi necas de pitibiriba”. Essa conversinha pra ninar boi deveria despertar a fúria dos petistas, mas qual...


Mesmo assim, é dentre os dissidentes do PT que surgem as melhores candidaturas à presidência: Heloísa Helena e Cristóvão Buarque. Só não entendo porque eles não receberam os votos dos petistas.

Enfim, diante dessa triste realidade, conclamo o voto dos meus ínfimos pero esclarecidos leitores pro candidato “menos ruim”, na esperança tênue de que Geraldo Alckmin aproveite o momento histórico e seja tentado a fazer alguma diferença. A ser um contraponto ao seu antecessor. Que ele lance finalmente esse país ao futuro que todos nós merecemos. Mas eu aviso: Já acreditei nisso antes e me fudi de verde e amarelo! E, como disse o meu amigo Dudu Rocha, autor da ilustração e da capa do nosso novo CD, um país que elege Collor, Maluf, Clodovil e o chefe da quadrilha do mensalão, Joâo Paulo Cunha na mesma eleição, merece tudo…

Ps.1: Cristóvão Buarque disse uma coisa da maior importância no início do debate: Os Lulistas correm o sério risco de premiarem o Brasil com o incrível José Alencar na presidência da república. Já pensou?


Ps.2: A título de curiosidade, sem ofensa, apenas jocosidade, PT foneticamente quer dizer peidar, em francês, péter = peidar. Portanto, pra um Francês, Lula PT, soa como: Lula peidou.