quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Gravação dos ensaios de pré-produção do CD “Quinto Elemento” para download.

Gostei da experiência de disponibilizar músicas online, o retorno é ótimo. Como prêmio ao interesse de todos, acabei de uploadear as três sessões de ensaios que gravamos para escolher o repertório final do novo CD "Quinto Elemento". Isso vai permitir uma melhor compreensão das minhas narrativas na série "RX de uma canção" que continua...

São gravações ao vivo L&R, em estéreo (2 canais Left & Right) sem overdubs. No esquema todo mundo tocando e cantando junto. 1, 2, 3, gravando! Como antigamente.

Claro que a qualidade é tosca, mas vale pra mostrar algo aproximado do que é o nosso som ao vivo. Não custa lembrar que em um “ao vivo” de verdade - um Acústico MTV, por exemplo - não são apenas dois, mas de 24 a 48 canais mixados, ou mais, que depois ainda recebem overdubs e correções de execução e afinação (o que a gravação multitrack permite e a L&R não).

Dessas 14 músicas, já estão confirmadas, gravadas e mixadas: “A Culpa Não É Do Amor”, “Nem Tão Longe Nem Tão Perto” (que foi composta no estúdio durante as gravações e não consta desses ensaios), “Os Anjos Dizem Amém”, “Canção Proibida”, “Pra Poder Dormir Em Paz”, “Centúrias” e “Terra De Ninguém” – Essas duas últimas estão disponíveis para download na versão multitrack da Demo do CD em: “Entre No Site” > “Banda” > “Áudio ZERØ” (clicando abaixo da foto a esquerda).

Contamos com a sugestão de todos pra ajudar a definir quais serão as próximas canções. É só clicar no link abaixo e opinar:

Clique >> Quinto Elemento - Gravações de ensaios


Divirtam-se!

terça-feira, fevereiro 21, 2006

ZERØ + The Rolling Stones

Esse é o link pra baixar as faixas que gravamos ao vivo na nossa apresentação de lançamento do "ZERØ Electro Acústico" em 2003 no Teatro do SESI em São Paulo na série "Nossos Ídolos de Sempre" homenageando os 40 anos de Rolling Stones.

Clique>> ZERØ toca Rolling Stones [Live & Acoustic]

Caraca! U2 deu de 1000!

-----Mensagem Original-----

De: Bernardo Araujo
Para: Guilherme Isnard
Enviada em: terça-feira, 7 de fevereiro de 2006 17:07
Assunto: Stones x U2

Fala, Guilhermão, tudo bem? Como está esse verão escaldante?
Vem cá, tô fazendo uma matéria aqui sobre Stones e U2, e queria arrumar alguém que preferisse o U2 aos Stones, como eu. Seria o seu caso? Não precisa falar mal dos Stones, nada disso, só ressaltar as qualidades do U2. Que tal?
Pode responder por e-mail, ou, se quiser, a gente se fala por telefone.

Abração,
Bernardo

-----Mensagem original-----

De: Guilherme Isnard
Enviada em: terça-feira, 7 de fevereiro de 2006 20:35
Para: Bernardo Araujo - Segundo Caderno O Globo - Infoglobo
Assunto: Re: Stones x U2 - Hiiiiiiiii!!!!!

Bernardo queridão,
Sinto muito, não deu pra mim.

Meu placar é U2 X STONES 2³

Comprei Sticky Fingers, meu primeiro LP dos The Rolling Stones em ’72, aos 15 anos, na edição original com ziper e pirei com "I Got The Blues". A minha coleção vai de 1965 – December's Children (And Everibody's) – porque eu adoro dançar “Get Off Of My Cloud”, até Tatoo You de ’81.

Em 2003 O ZERØ deu um show comemorativo dos 40 anos de Stones no teatro do SESI - SP. Repertório: Lady Jane, Wild Horses, Ruby Tuesday, Angie e Waiting On A Friend.

U2 é uma paixão recente, de onze anos depois.

Comprei War numa viagem a Londres em ’83 e a três foi a primeira faixa que eu furei. Estava meio distanciado, mas “Vertigo” me arrepiou os cabelos.

Bono & Edge são muito rock, imbatíveis, fodaços!
Mas Jagger & Richards... Hors-concours!
São os pais da criança, lendas-vivas, símbolo não-conformista.

Rolling Stones manda!


A matéria saiu no domingo da semana anterior ao show na capa do segundo caderno de O Globo e como sempre acontece quando o jornalista é teu brother, tirava uma da minha cara. Algo como "O Guilherme disse que Vertigo arrepiou seus cabelos, exagero dele que é careca". Eu posso com isso? Qualquer pessoa normal deduziria que eu me referia aos cabelos do braço, da nuca, mas não, aí não tinha graça. Pra sacanear tinha que me chamar de careca. Grandes merdas. Eu sou careca sim Bernardão, com garbo e galhardia! E Vertigo me arrepia!

O único arrependimento foi de ter reverenciado os Stones. Acabei de assistir o U2 na Globo e PQP! Isso sim é uma banda de rock. O resto é puro exercício de saudosismo nostálgico. O beiçola sexagenário que me perdoe, mas comparado com o que acabou de passar na TV, o show deles pra um milhão e tantas mil pessoas que eu vi ao vivo em Copacabana foi muito do xôxo! U10 a zero!

Ainda assim, em reverência aos 44 anos de serviços prestados ao rock'n'roll eu publiquei um play list pra download com algumas faixas da nossa apresentação em 2003 no Teatro do SESI na Av. Paulista comemorando justamente seu 40º aniversário. Quem tiver curiosidade de me ouvir cantando Angie, Wild Horses, Waiting On A Friend, Ruby Tuesday e Lady Jane em versões acústicas é só clicar aí no link abaixo.


Enjoy!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

As Pedras Rolantes, Cássio Machado e outras histórias extraordinárias!

A vida é engraçada...
Eu tenho pânico de multidão, não freqüento arena concerts.
Morro de medo de ser esmagado, pisoteado, empurrado e levado pela massa sem controle.

Quando ouvi dizer que seriam 4000 VIPs, previ que só eles já constituíam uma super muvuca, estrelada é verdade, mas um muvucão. Isso pra explicar que desde o início nem passou pela minha cabeça ir a Copacabana. Por default eu descarto qualquer evento que reúna mais de 1000 pessoas, o que dizer de um que compacta um milhão e tanto delas.

E foi assim que no sábado a tarde fui a praia displicente, achando um ótimo programinha ver o show pela TV logo mais, no conforto do ar-condicionado do quarto com uma cervejinha gelada do lado.

Enquanto eu me refrescava no mar sob um sol ameno, meu irmão Richard (o caçula que mora em Paris e está de férias no Brasil) passou umas seis horas na fila do credenciamento para a ala privilegiada. Logo ele pra quem o Mick Jagger já ligou várias vezes... Eu explico: Ele trabalha com recepção de turismo VIP em Paris e por ocasião da visita da minha amiga Luciana Gimenez ao Castelo de Caras, era pro celular dele que o Mick ligava quando queria falar com ela ou com o filho.

Entonces... Chegando na praia encontrei um dos melhores chef restauranteur sommelier – pois é, o cara é completo – que eu conheço: O Cássio Machado do Di Bistrot (Rua Jacurici, 27 - Itaim Bibi, Tel.: 11 - 3079-9098) e B&B (Rua Bela Cintra, 1693, Jardim América, tel.: 11 - 3062-0643.) ambos em São Paulo e do restaurante do meu queridão Bob Peres o Copa Café (Avenida Atlântica, 3056, loja B, Copacabana, tel.: 21 - 2235-2947) no Rio de Janeiro.


O Cássio (foto) forma com o Alex Atala (que discotecava como “Alesinho” nos áureos tempos de Rose Bom-Bom e a gente tinha que escamoteá-lo pela porta dos fundos quando aparecia a fiscalização do juizado de menores) e o Olivier Anquier (que eu conheço desde 1979 e cheguei a experimentar seus primeiros pães saídos do forno em 1992 quando voltei a morar no Rio) a minha trinca de amigos superstars do fogão. São um exemplo e inspiração pras minhas modestas incursões culinárias.

Tudo isso pra dizer que ele produziu uma verdadeira orgia pantagruélica pra Yoona e eu quando estivemos em São Paulo. Um menu degustation dos sonhos. Regado ao excelente espumante (feito exclusivamente de uvas Chardonnay) e ao tinto Cabernet Sauvignon da casa, que no caso, eram dois vinhos maravilhosos desenvolvidos pelo próprio Cássio com seu rótulo Di Bistrot, sempre assinado pela artista Isabelle Tuchband.

Nos deliciamos da entrada: Atum fresco com raiz forte e gengibre à vinaigrette Dijon. Ao prato principal: Lombo de Cordeiro na manteiga de alho com aspargos frescos. Passando por um Lagostim empanado crocante à sauce hollandaise sobre carpaccio de fundo de alcachofras e ainda Vieiras salteadas no azeite aromático no leito de shitake e trufas negras fatiadas.

Na sobremesa (foto) a surpresa! Um incrível pot-pourri de sabores e texturas: Sopa de frutas vermelhas, Torrone de amêndoas, Fondant au chocolat, Mousse de café, Carolinas e Bombom de chocolate com compota de maçãs.

Dos deuses!
Um espetáculo aos olhos e paladar!
O Di Bistrot é visita obrigatória em SP!

Back to the cold cow, ao entardecer na praia do coqueirão do posto 9, o Cássio nos convidou pra passarmos pra tomar um drink no Copa Café, onde encontraríamos vários amigos queridos de São Paulo e depois, quem sabe, nos jogarmos no areião só pra ouvirmos os Stones de longe. Resultado eu que jurei que não ia enfrentar essa parada, encarei Copacabana às 21:30h, de moto, pela satisfação da companhia, pra chegar no Copa atrasado quando todos já tinham partido.

Bem, como quem está na chuva tem que se molhar, seguimos por uma Av. Nsa. Sra. de Copacabana infernal até a praça do Lido onde abandonei a moto e seguimos a pé pela praia em direção ao palco. Quando o espaço começou a diminuir além dos limites da livre navegação eu olhei pro lado e me vi em frente do prédio da Sonia Tomé. Daí foi interfonar pedindo socorro e assistir ao show do século (com um som meio caído diga-se de passagem) da janela do 12º andar, alguns prédios depois do Copacabana Palace. Ou seja, no melhor camarote da praia.
Valeu Soninha darling!!!

Moral da história... Não tem nenhuma, ou melhor, tem sim:
Não endureça! Quando você flexibiliza tudo pode acontecer! Até assistir de camarote o show que você jurou não ir.

Eu mordi a língua feliz da minha vida!

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Fotinhas de telefone em Juiz de Fora!

Elizoca "Fofucha Black-belt" Xini e Yan "Air-France" França no camarim do Cultural Bar & Roll - JF/MG


Vitor "Lead-hand" Vidaut castigando o sofá no aquecimento no mesmo camarim.

Banda espremida pra caber no visor do telefone.
(1/2 Yan)

Banda espremida pra caber no visor do telefone 2.
(agora coube)

Yan arrasando no funk proibidão!

Meu parceiro Vidaut The Mohawk na dupla campeoníssima de ping-breja no hotel, em momento "ballerino".

ZERØ em Juiz de Fora = Amor em estado de platéia!


Que experiência linda é essa de tocar em Juiz de Fora?

O Cultural Bar & Roll já é quase uma segunda casa do ZERØ. Não existe platéia como aquela. Uma galera vibrante, entusiasmada, antenada e eufórica. A alegria de qualquer artista.

Sábado fizemos um show muito especial. Os juiz-foranos conferiram o peso do braço tatuado do Vidaut, nosso novo baterista, e a estréia no baixo da gatinha fofucha Eliza Xini. O queridão Jorge Pescara teve um conflito de agenda e não pode fazer essa apresentação, mas foi brilhantemente substituído. Com a vantagem de que é um grande barato ver uma menina de mini-saia quebrando tudo no palco. Não sei vocês... Nós adoramos!

A fiel Fernanda, na primeira fila como sempre, implorando pra gente tocar “A Luta e o Prazer”. Mó saia justa. Tivemos apenas três ensaios com a Eliza e não deu pra passar todo o repertório da banda, só o set-list que planejamos pro show (por sinal, muito elogiado nas comunidades do ZERØ e do Cultural no Orkut, assim como nos meus scraps) e justo essa canção não estava nos planos. E a Fernanda lá gritando – A Luta e o Prazer!!! A Luta e o Prazer!!! A Luta e o Prazer!!!

Um pedido de uma fã como ela não dá pra recusar. Ela bombardeia o Cultural de e-mails, perturba na comunidade, deixa scrap e recado no mural... É muito amor! Resultado: eu falei pro Yan – Vamos tocar nós dois! Atacamos a introdução e eu cantei o baixo pra Eliza “black-belt” e ela e o Vidaut “lead-hand”, que nunca tinham escutado a música antes, mataram a pau!

Nunca vou esquecer do sorriso de alegria da Fê!
Você merece querida!

O único problema dessas incursões a Juiz de Fora é que sempre leva muito tempo pra gente voltar. Eu não sei se isso é bom ou ruim. Só sei que ficamos com uma puta saudade de vocês.

Até a próxima queridões!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

OMB, Sócrates e Maldita!

Certas coisas nessa vida vêm nos lugares e das pessoas mais inesperadas.

Hoje eu fui até a famigerada Ordem dos Músicos do Brasil acertar a minha situação profissional (porque eles podem simplesmente me impedir de trabalhar se não fizer esse “acerto”). Não importam meus discos gravados, as centenas de milhares de cópias vendidas, minhas composições editadas. Se eu não pagar a tal da carteirinha que não serve pra nada, não posso trabalhar, não sou músico!

Bueno, fomos lá o Vidaut (batera da Maldita e do ZERØ) e seus dois cantores, o Erich Mariani e eu. Sempre curto muito quando encontro a galera da Maldita, eles são total rock e isso me faz lembrar porque estou nessa vida até hoje: vitalidade, inspiração, energia, velocidade e atitude! Yeah!

O Vidaut na direção do Santanás (só entende quem já andou nessa verdadeira barca de Caronte) vinha cantando ZERØ - estamos ensaiando pro show de Juiz de Fora - especificamente o refrão de “A Culpa Não É Do Amor”: “Eu só sei que eu não sei de nada...” e o Erich (the best rock-performer that I know) mandou essa: - Como já dizia Sócrates...

Young bloody rockers íntimos dos filósofos Gregos, cool. Muita coisa legal deve vir por aí. Os caras estão terminando o segundo CD e essa é uma excelente notícia.

Mas Sócrates? Eu não citei Sócrates, só concluí o mesmo que ele. E essa é uma questão minha: É proibido pensar o que já foi pensado? Dizer o que já foi dito? Ao meu ver, com uma diferença de mil e algumas centenas de anos nós dois chegamos a mesma inteligente constatação. Nas palavras dele – “Eu só sei que nada sei”. Fora isso, é impossível evitar que tudo o que eu leio, vejo, ouço e aprecio venha a manifestar-se no que escrevo.

O mais incrível é que o ex-soldado, filho do escultor e da parteira, mentor de Platão, Xenofonte, Euclides de Megara e Fédon entre outros, pregava que o diálogo era mais importante que a leitura. Não acreditava na eficácia da palavra escrita e, portanto, não se importava em ser lido, seguido ou emulado.


Qual a razão porque Sócrates nada escreveu?

"Sócrates: - O maior inconveniente da escrita parece-se, caro Fedro, se bem julgo, com a Pintura. As figuras pintadas têm atitudes de seres vivos, mas se alguém as interrogar, manter-se-ão silenciosas, o mesmo acontecendo com os discursos: falam das coisas como se estas estivessem vivas, mas, se alguém os interroga, no intuito de obter um esclarecimento, limitam-se a repetir sempre a mesma coisa".

Platão, Fedro, 275.7

Quem diria que um passeio pelo centro do Rio com dois jovens músicos radicais me levaria a esse tipo de questionamento? Foi exatamente por isso, pela convivência enriquecedora com a juventude, que Sócrates foi condenado a morrer envenenando-se com um drink dos infernos: cicuta.


Eu estou com esses júvenes inquietos e talentosos e não abro! Só espero que um melhor destino me esteja reservado.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

RX de uma canção - GRAVIDADE ZERO

Atendendo a pedidos, hoje é a vez de “Gravidade Zero”.

Clique no título do post para ouvir uma versão ao vivo!

Eu cheguei a cogitar o nome dessa canção como título do álbum, mas como as bandas de hoje são um show de criatividade achei melhor não.


O que tem de Zero isso e aquilo Zero por aí, não tá no gibi. Sem falar naqueles que chupam até a minha grafia com o "Ø" (indicativo de zero absoluto) cortado.

Eu criei essa marca em 1983, e resolvi usar um símbolo matemático no lugar da letra "O" pra evitar as piadinhas do tipo "zero a esquerda".

A maioria desses guris nem eram nascidos, mas acham normal me chupar. Melhor encarar como uma forma de homenagem.

Alem disso, decidi batizá-lo de “Quinto Elemento” tão lá atrás, pelas razões que a maioria de vocês conhecem, que optei pela permanência da antiga escolha.

A principal delas é o fato de acreditar que o fundo de todas as questões que afligem o ser humano individualmente e a humanidade em sua totalidade tem origem no amor ou na falta deste. Uma outra é que a capa foi maravilhosamente concebida em torno do tema. Isso posto, vamos “traduzir” mais essa letra.

Quando constatei, após o fim do ZERØ, que tentando ganhar a vida de uma maneira ortodoxa eu tinha encontrado não só mil maneiras de sobreviver, mas ao mesmo tempo, mil maneiras de ser infeliz, que decidi que não importava o preço, o que eu tinha mesmo que fazer de melhor por mim era continuar perseguindo o sonho.

Isso foi em 1997 e a primeira coisa que eu fiz, depois de abandonar os palcos, a carreira e o sonho por longos cinco anos, foi voltar a cantar profissionalmente. Não demorou e em 1999 a volta do ZERØ foi exigida. Gravamos o “Electro Acústico” em 2000 e não paramos mais. Todo esse processo culmina agora, 19 anos depois, no tão aguardado primeiro CD de inéditas desde o “Carne Humana”.

Acontece que quando eu fiz a opção de voltar a perseguir o meu sonho eu sabia bem que estava abandonando o conforto e a segurança do mundo do “ter” para embarcar numa nau aparentemente insensata rumo ao universo do “ser”. Isso quer dizer que em vários momentos desse acidentado percurso me senti flutuando no desconhecido, ao sabor dos ventos e da corrente (quando estes existem), ou simplesmente pairando sem peso no limbo anti-gravitacional da zona fantasma. Mas não é aí mesmo, no imponderável, que o Divino se manifesta?

No início foi desesperador. Terminar o mês sem saber se teria “caixa” pras despesas do seguinte pira qualquer cabeção. A primeira coisa que aprendi quando me tornei um “novo pobre” foi com a quantidade de coisas supérfluas que eu gastava o meu dinheiro. O mais legal desse aprendizado é que ele é pra sempre. Eu sou hoje um habitante muito menos predatório desse planeta. Faço manutenção, minhas coisas duram anos e as novidades e lançamentos comerciais simplesmente não me seduzem.

O que me deu forças pra enfrentar as primeiras privações foi a fé e o equilíbrio interior. Uma verdade que eu aprendi lá atrás, quando escrevi “Quimeras”, mas que não custa relembrar: Sit vis nobiscum!

Gravidade Zero
© 2006 - Guilherme Isnard & Yan França (BMG Publishing)

Eu já não sinto mais
O chão sob os meus pés
Me falta a gravidade
E o medo eu conheci
Não me reconheci

Saí pela cidade
Sem saber pra onde ir
Mas a felicidade
Não saiu daqui
Sempre esteve aqui

Nos momentos tão serenos
No silêncio interior
Nossos medos são pequenos
Tão menor é a nossa dor

Que é impossível não sentir
É impensável resistir
É improvável que eu não seja como sou

Indecifrável pra você
O indefinível sabe ser
Inabalável a minha fé e o meu amor

A minha fé e o meu amor

Minha fé e o meu amor

Agora eu sinto o chão
Já sei qual é o porto
Lá fora a solidão
E aqui o meu conforto
No meu corpo

Venci a escuridão
Cruzei o meu deserto
Segui meu coração
Que sempre esteve certo
Ou muito perto

Na gravidade zero
Hiato de tempo e lugar
Quando eu quase desespero
Só preciso me lembrar

Que é impossível não sentir
É impensável resistir
É improvável que eu não seja como sou

Indecifrável pra você
O indefinível sabe ser
Inabalável a minha fé e o meu amor

A minha fé e o meu amor

Minha fé e o meu amor

Clique no título do post para ouvir uma versão ao vivo.