segunda-feira, fevereiro 20, 2006

As Pedras Rolantes, Cássio Machado e outras histórias extraordinárias!

A vida é engraçada...
Eu tenho pânico de multidão, não freqüento arena concerts.
Morro de medo de ser esmagado, pisoteado, empurrado e levado pela massa sem controle.

Quando ouvi dizer que seriam 4000 VIPs, previ que só eles já constituíam uma super muvuca, estrelada é verdade, mas um muvucão. Isso pra explicar que desde o início nem passou pela minha cabeça ir a Copacabana. Por default eu descarto qualquer evento que reúna mais de 1000 pessoas, o que dizer de um que compacta um milhão e tanto delas.

E foi assim que no sábado a tarde fui a praia displicente, achando um ótimo programinha ver o show pela TV logo mais, no conforto do ar-condicionado do quarto com uma cervejinha gelada do lado.

Enquanto eu me refrescava no mar sob um sol ameno, meu irmão Richard (o caçula que mora em Paris e está de férias no Brasil) passou umas seis horas na fila do credenciamento para a ala privilegiada. Logo ele pra quem o Mick Jagger já ligou várias vezes... Eu explico: Ele trabalha com recepção de turismo VIP em Paris e por ocasião da visita da minha amiga Luciana Gimenez ao Castelo de Caras, era pro celular dele que o Mick ligava quando queria falar com ela ou com o filho.

Entonces... Chegando na praia encontrei um dos melhores chef restauranteur sommelier – pois é, o cara é completo – que eu conheço: O Cássio Machado do Di Bistrot (Rua Jacurici, 27 - Itaim Bibi, Tel.: 11 - 3079-9098) e B&B (Rua Bela Cintra, 1693, Jardim América, tel.: 11 - 3062-0643.) ambos em São Paulo e do restaurante do meu queridão Bob Peres o Copa Café (Avenida Atlântica, 3056, loja B, Copacabana, tel.: 21 - 2235-2947) no Rio de Janeiro.


O Cássio (foto) forma com o Alex Atala (que discotecava como “Alesinho” nos áureos tempos de Rose Bom-Bom e a gente tinha que escamoteá-lo pela porta dos fundos quando aparecia a fiscalização do juizado de menores) e o Olivier Anquier (que eu conheço desde 1979 e cheguei a experimentar seus primeiros pães saídos do forno em 1992 quando voltei a morar no Rio) a minha trinca de amigos superstars do fogão. São um exemplo e inspiração pras minhas modestas incursões culinárias.

Tudo isso pra dizer que ele produziu uma verdadeira orgia pantagruélica pra Yoona e eu quando estivemos em São Paulo. Um menu degustation dos sonhos. Regado ao excelente espumante (feito exclusivamente de uvas Chardonnay) e ao tinto Cabernet Sauvignon da casa, que no caso, eram dois vinhos maravilhosos desenvolvidos pelo próprio Cássio com seu rótulo Di Bistrot, sempre assinado pela artista Isabelle Tuchband.

Nos deliciamos da entrada: Atum fresco com raiz forte e gengibre à vinaigrette Dijon. Ao prato principal: Lombo de Cordeiro na manteiga de alho com aspargos frescos. Passando por um Lagostim empanado crocante à sauce hollandaise sobre carpaccio de fundo de alcachofras e ainda Vieiras salteadas no azeite aromático no leito de shitake e trufas negras fatiadas.

Na sobremesa (foto) a surpresa! Um incrível pot-pourri de sabores e texturas: Sopa de frutas vermelhas, Torrone de amêndoas, Fondant au chocolat, Mousse de café, Carolinas e Bombom de chocolate com compota de maçãs.

Dos deuses!
Um espetáculo aos olhos e paladar!
O Di Bistrot é visita obrigatória em SP!

Back to the cold cow, ao entardecer na praia do coqueirão do posto 9, o Cássio nos convidou pra passarmos pra tomar um drink no Copa Café, onde encontraríamos vários amigos queridos de São Paulo e depois, quem sabe, nos jogarmos no areião só pra ouvirmos os Stones de longe. Resultado eu que jurei que não ia enfrentar essa parada, encarei Copacabana às 21:30h, de moto, pela satisfação da companhia, pra chegar no Copa atrasado quando todos já tinham partido.

Bem, como quem está na chuva tem que se molhar, seguimos por uma Av. Nsa. Sra. de Copacabana infernal até a praça do Lido onde abandonei a moto e seguimos a pé pela praia em direção ao palco. Quando o espaço começou a diminuir além dos limites da livre navegação eu olhei pro lado e me vi em frente do prédio da Sonia Tomé. Daí foi interfonar pedindo socorro e assistir ao show do século (com um som meio caído diga-se de passagem) da janela do 12º andar, alguns prédios depois do Copacabana Palace. Ou seja, no melhor camarote da praia.
Valeu Soninha darling!!!

Moral da história... Não tem nenhuma, ou melhor, tem sim:
Não endureça! Quando você flexibiliza tudo pode acontecer! Até assistir de camarote o show que você jurou não ir.

Eu mordi a língua feliz da minha vida!

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